Lei dos alvarás - Ozéas de Oliveira

A estudante de 17 anos depôs durante a manhã, a portas fechadas. Na entrada disse que foi ameaçada mais uma vez, nessa quinta feira à tarde. O advogado quer que ela deixe Brasília depois do depoimento e reclamou que a investigação virou para o lado mais fraco. “Estão se preocupando com quem entregou a carta quando na realidade eles têm que se preocupar com o teor da carta. Nele sim, existe verdade!”, afirmou Luiz Fernando Lima.
A estudante confirma que entregou uma carta anônima na câmara Legislativa, mas diz que estava apenas fazendo um favor para um estranho. Na carta, uma acusação contra o deputado Júnior Brunelli. Ele seria o responsável pela fraude na lei dos templos religiosos. O parágrafo que isentaria as igrejas do alvará apareceu na redação final, mas não foi aprovado em plenário.
O namorado da estudante também será ouvido hoje. Ele diz que conhece o autor da carta anônima: seria um pastor da igreja de Brunelli, mas não revela o nome. O jornalista trabalhou na igreja fundada pela família do deputado durante 17 anos. Depois, virou inimigo de Brunelli e já denunciou desvio de dinheiro público para os templos.
“Vou citar um exemplo: o INSS que era recolhido de mim e do meu pai, que também trabalhava lá, nunca foi repassado. Além disso, havia esquema de nota fria e lavagem de dinheiro. Hoje, ele usa empregados, pagos pela Câmara, para trabalhar na igreja”, garante o jornalista Darione de Melo Silva.
O escândalo da fraude na lei foi descoberto no começo da semana passada e é investigado pela Polícia Legislativa, por uma sindicância e por uma comissão especial de deputados. Todos investigam a tal carta anônima, mas não há resposta para a pergunta principal: Quem colocou na lei o parágrafo feito por Brunelli, mas reprovado no plenário?
http://dftv.globo.com/Dftv/0,6993,VDD0-2982-20051216-138780,00.html
