O que o livro de Provérbios nos diz sobre dinheiro?
A Palavra de Deus não nos ensina a fazer coisas específicas como cozinhar um bom almoço, pesquisar na internet ou tocar um instrumento musical, mas nos ensina a fazer coisas gerais, de grande valor prático. Em particular, Provérbios nos apresenta diversos conceitos e preceitos que, se seguidos, nos permitirão cuidar, com sabedoria, dos aspectos materiais do nosso dia-a-dia. Para nossa reflexão, algumas passagens desse livro da Bíblia são listadas a seguir. Confira:Provérbios condena o ganho ilícito, 20.17 e 21.6;O dinheiro não deve ser ganho sem custo em trabalho ou investimento de nosso tempo,12.11,14.23 e 20.13,21;Não deve ser ganho ao custo de outros, 22.22 e 28.24;O ganho do salário deve estar sempre associado ao dízimo, 3.9,10;A nossa vida material deve ser planejada, e esse planejamento deve ser feito de acordo com a vontade de Deus, 16.1-4;O dinheiro não deve ser ganho às expensas das prioridades e dos princípios bíblicos 15.17 e 17.1;Na medida do possível, é sábio procurar não acumular dívidas 22.7.Ao ler essas e outras passagens da Bíblia, aprendemos que uma pessoa sábia é identificada pela forma com que ela se relaciona com o dinheiro. Ou seja, como ela o ganha e como ela o gasta e não pelo quanto ela ganha. É fato que os temas “dinheiro”, “bens”, “recursos” e “dívidas” costumam fazer parte do nosso dia-a-dia queiramos ou não. Na qualidade de crentes, qual a importância do dinheiro para nós? Como devemos nos relacionar com esse assunto?Em adição ao que vimos rapidamente no livro de Provérbios, verifica-se que, das 38 parábolas de Jesus, 16 têm algo a ver com dinheiro. Há quem afirme que, em média, 10% dos versículos do Novo Testamento falam sobre o assunto. Como um todo, a Bíblia possui 500 versículos sobre “oração”, menos de 500 sobre “fé” e mais de 2000 versículos sobre “dinheiro”, ou “bens materiais”. Ao nos aprofundarmos nesses textos, porém, o que se constata é que o que importa, não é exatamente o dinheiro em si, mas a atitude do crente em relação a ele. No Reino de Deus, ter ou não ter dinheiro não é o que vale. A viúva, ao dar a menor oferta, monetariamente falando, deu a maior oferta de todas, naquele dia de culto na Sinagoga, porque entregou tudo o que possuía, Marcos 12.41-44. Sua atitude em relação ao dinheiro é que foi considerada de valor, pelo Mestre Jesus, e não exatamente as duas moedas que ela depositou no gazofilácio. A Bíblia nos ensina que nossa atitude em relação ao dinheiro, de certa forma, molda nosso relacionamento com Deus, porque, entre outras coisas, “... onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”, Mateus 6.19-21. Se o meu tesouro for o que tenho ou o que pretendo ter em termos de bens materiais, meu coração estará comprometido primariamente com eles e o meu relacionamento com Deus estará em segundo plano. Dentro da ótica do Reino de Deus, importa mais o “como” se usa o dinheiro do que o “quanto” se ganha.Isso tudo leva-nos a constatar que, na prática, ao contrário do que muitos pensam, o assunto dízimo e contribuições para a Igreja, acaba sendo, essencialmente, uma questão espiritual e não financeira ou material. Nesse ano de 2005, nossa Igreja estará realizando um orçamento maior 14% do que em 2004 e, para tanto, conta com pelo menos 150 novos dizimistas além da manutenção daqueles que já exercitam, com fidelidade, as suas contribuições sistemáticas. Fazer parte deste grupo de contribuintes é uma oportunidade de demonstrar fidelidade ao Senhor. Para alegria da Igreja, o relatório de desempenho de contribuições do 1o trimestre demonstrou que em todos esses três primeiros meses do ano, as contribuições foram maiores do que o orçado. Fidelidade nas contribuições é entregar e confiar. “Fidelidade 2005”: você já faz parte desse time?Lincoln Amazonas Antunes de Oliveira é relator da Comissão de Orçamento da PIBRJ para 2005.