sexta-feira, novembro 11, 2005

http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1068017-3586-376388,00.html

Liberdade para padre libertino


http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1068017-3586-376388,00.html
Justiça manda soltar o padre preso em flagrante num motel de São Luís com quatro jovens no quarto. Entre eles, dois menores.
A Justiça mandou soltar o padre Félix Carreiro, que tinha sido preso em flagrante num motel em São Luís com quatro jovens. Dois deles, menores de idade.
O padre Félix Barbosa Carreiro foi solto na manhã desta segunda-feira graças a um alvará da Justiça do Maranhão. "A lei garante a liberdade provisória de que quem é réu primário, tem bons antecedentes, endereço certo e trabalho fixo, para que a pessoa responda ao processo em liberdade", explica o juiz da Vara de Execuções Penais, Fernando Mendonça. O padre foi preso na madrugada de sábado em um motel em São Luís. Com ele, estavam quatro rapazes. Dois eram menores de idade. Um adolescente, de 17 anos, conta que conheceu o padre há dois anos pela internet. “A gente ficou conversando durante um bom tempo e marcamos. Ele foi me buscar na saída do colégio e saímos com vários outros adolescentes que já estavam dentro do carro”, diz ele. Na delegacia, Félix Carreiro confessou que mantinha relações sexuais com os jovens depois de consumir álcool e drogas. “O consumo de drogas era mais com os maiores. Quando todo mundo estava ligado, íamos para o motel”, contou o acusado. Segundo a polícia, o padre oferecia dinheiro e presentes aos menores. Nos últimos dois meses, a placa de um carro usado pelo padre apareceu mais de 50 vezes no registro de entrada do motel. Até a casa paroquial teria sido usada para os encontros. As primeiras denúncias apareceram em 2002. Durante as investigações, o padre chegou a ser afastado da igreja. Mas o caso foi arquivado por falta de provas e a arquidiocese permitiu que ele voltasse a celebrar missas em São Luís.
O padre Félix Carreiro é acusado de exploração de sexual de menores. Se for condenado, pode pegar de quatro a dez anos de cadeia. Mas, por enquanto, vai responder ao processo em liberdade. "Como a Justiça pode atuar desse jeito? Meu Deus do céu, o que vai ser dessas vítimas agora? O que vai ser dessas crianças, dessas famílias que clamam por justiça e confiam no nosso trabalho? Eu clamo, pelo amor de Deus: não tenham medo e venham à delegacia prestar seus depoimentos e denunciar", anuncia a delegada Ana Karla Silvestre.
Nos últimos dois dias, seis mães foram à polícia denunciar o envolvimento dos filhos com o padre. Em nota, a Arquidiocese de São Luís lamenta o que chama de gravíssimo ato cometido pelo padre Félix Carreiro, pede perdão às vítimas, às famílias e à sociedade e informa que o padre está recolhido numa residência particular e não exercerá o ministério sacerdotal.